O que é o bloqueio terapêutico no tratamento da DOR crônica?

A dor crônica é caracterizada por uma dor constante que perdura por 3, 6 ou até 9 meses, deixando de ser somente sintoma de algum problema e se tornando o próprio problema. A dor crônica, nesses casos, já está gravada no sistema nervoso, mesmo não tendo um fator estimulante ou um fator desencadeador.

A diferença no tratamento de um médico especializado em dor para o médico convencional de outras especialidades é que o especializado em dor não espera que a dor apareça para tratar e receita o medicamento para o paciente tomar mesmo quando ele não estiver com dor, pois ela já é permanente e vai aparecer. Já os outros médicos, prescrevem a medicação para o paciente tomar, se houver a dor.

O tratamento da dor age de maneira preventiva à dor, ou seja, tem eficácia antes dela se manifestar e exige paciência e participação do paciente, pois a melhora paulatina é o que indicará os próximos passos. Existem casos em que a medicação é reduzida, gradualmente, até a melhora efetiva do paciente.

Porém, quando o tratamento não surte efeito com remédios, há a necessidade da realização do bloqueio terapêutico, que é outra opção segura no tratamento da dor. Isso porque o bloqueio, desde que indicado e acompanhado por um médico especializado em dor, também não gera sequelas e tende a promover melhora da dor em, aproximadamente, 20% do total de dor percebido pelo paciente, a cada aplicação.

Caso o médico especializado em dor receba o paciente em uma situação muito crítica, como em cadeira de rodas ou acamado em decorrência da dor, é analisada a possibilidade de realizar o bloqueio terapêutico mais de 1 vez na semana.

Aqui, a participação do paciente também é parte fundamental na evolução desse alívio, pois o tratamento somente poderá continuar se a melhora for perceptível. Portanto, o segundo bloqueio deverá ser decorrente da melhora do primeiro e assim, sucessivamente. É possível também que o paciente perceba a melhora, mas em torno de 10 a 15%, o que ainda é muito bom, considerando sua situação crônica.

Existem casos em que o paciente consiga o alívio total da dor, mas também temos que salientar que têm pacientes que nunca vão chegar ao 100% de alívio, pois já foram muito manipulados, operados ou são muito sequelados por algumas cirurgias. Ou são pacientes que têm uma doença de base maligna ou com metástase, decorrentes de um câncer. Nesses casos, o tratamento da dor consegue trazer um alívio e um conforto no dia a dia do paciente, o que chamamos de tratamento humanizado.

A boa notícia é que o bloqueio terapêutico tende a dar uma resposta quase imediata. O organismo é capaz de responder ao bloqueio com 15 a 20 minutos da aplicação. Se a aplicação não foi eficaz no primeiro bloqueio, dificilmente será no segundo ou no terceiro.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que, muitas vezes, a aplicação não ocorre no local da dor e sim no local de origem da dor, que acaba irradiando para outras partes do corpo.

O tratamento da dor exige muito cuidado e uma análise minuciosa na situação em que o paciente se encontra, por isso é fundamental que isso seja realizado por um médico especializado em dor que saiba indicar o melhor tratamento.

A Dra. Maria de Fatima Faria Bifano –  médica neurocirurgiã (especialista em neurocirurgia) formada pela FAMERP com especializações (cursos) na avaliação e tratamento da dor pela USP e Sociedade Brasileira do Estudo da Dor (SBED) –  que atende, há quase 40 anos, pacientes com dor crônica, sempre busca selecionar o melhor tratamento para os seus pacientes, buscando significativo e rápido alívio da dor para que esses passam voltar a desfrutar de mais qualidade de vida.

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