Tipos e sensações provocadas pela dor – a importância do diagnóstico

A dor é uma das experiências mais desagradáveis que existe. É uma experiência que se manifesta de diferentes formas, provocando sensações muito desconfortáveis.

As pessoas sentem desde pontadas, agulhadas e queimações até choques ou sensações de dormência e peso. Há ainda pacientes que se queixam de alternações entre choques, agulhadas e queimações, principalmente à noite.

Essas sensações vão se alternando e levam o indivíduo até mesmo a sentir frio ou calor demais, durante as noites, quando precisa se embrulhar em cobertas ou se descobrir totalmente, ligando ventilador ou aparelho de ar-condicionado. Essa peregrinação noturna para melhorar a queimação em uma perna, por exemplo, é muito desgastante para o paciente e também para a família. Quem está ao lado, convivendo com a vítima da dor, sofre tanto quanto ela.

Às vezes, a pessoa que se encontra nesse estado precisa levantar para passar uma pomada, aquecer o membro ou buscar uma bolsa de gelo para resfriá-lo. São sensações múltiplas e muito desagradáveis.

Tem paciente que relata não saber como descrever, com exatidão, a sua dor e tudo que está sentindo. Faltam-lhe palavras! Diz que o desconforto é tão intenso, que lhe provoca uma “gastura” e ele vai se manifestando de acordo com o seu vocabulário e capacidade de interpretar tais sensações: “Sinto que minha dor é  ‘brandante’, tem hora que tá no tornozelo e, às vezes, vem para o joelho ou para o quadril. Eu não sei dizer para a senhora o que é!”

Por isso, em casos assim, quando atendemos uma pessoa que tem uma dor que já foi tratada de todas as maneiras e mesmo assim persiste, é preciso ir conversando – fazer várias perguntas pertinentes – e tirar todas as informações possíveis.

O paciente acaba revelando, por exemplo, que sempre sente uma pressão no ouvido como se estivesse descendo a serra, que costuma engasgar-se com facilidade, que a garganta dói quando engole, ou que sente uma dor nas costas que vem das axilas. São dores e incômodos de todos os tipos.

Ele já se sente mais confortável por alguém estar lhe ouvindo, registrando e entendendo todas as diferentes sensações que vem sentido faz tempo. Quando ele percebe que o médico está desenhando o trajeto daquela dor, para explicar que ele apresenta sintomas de uma cefaleia cervicongênita, por exemplo, e descobre que tudo aquilo que vem sentindo não é fruto de sua imaginação, fica muito aliviado e até feliz.

Aqui no consultório, ouve-se de tudo em relação aos tipos e sensações de dor.  Sabe-se que as pessoas que têm dores no quadril, na perna e no pé podem sofrer de hérnia de disco, mesmo que o diagnóstico não tenha sido dado por médicos consultados anteriormente.

Às vezes, os pacientes trazem raios X do quadril, do joelho, do fêmur, do tornozelo e do pé ou até quatro ressonâncias de áreas diferentes. Comumente, a hérnia de disco não provoca apenas dores na coluna. Inclusive dor na coluna pode não ser resultado de hérnia de disco.

Portanto, é importante que nada seja ignorado e descartado na hora da consulta. O paciente chega aqui esgotado e, muitas vezes, após fazer tantos exames que não levam a uma conclusão, sentem-se impotentes e desesperançosos.

Por isso, a pessoa com dor crônica precisa de um diagnóstico urgente. Tem paciente que chega aqui, contando que trata de sua dor há 20 anos e diz: “Doutora, por que nunca me ouviram tão detalhadamente e me pediram os mesmos exames que a senhora? Por que não desconfiaram que, provavelmente, sofro dessa doença?”

Fico até surpresa! Como um colega não investiga tudo e se esforça para diagnosticar e tratar, com precisão, a dor do paciente?

É essencial usar a medicação correta. Não basta ficar tomando relaxante muscular para dores no pescoço. Essa medicação pode se tornar ineficiente e até prejudicial. O importante é descobrir a causa da dor para iniciar o tratamento mais adequado. Muitas vezes, a causa da dor pode ser relacionada a algo grave.

Sempre vale a pena buscar a opinião de mais de um médico! Porém, geralmente, não é raro que, antes de o paciente vir até o meu consultório, ele já tenha passado, no mínimo, por 10 profissionais.

Portanto, para colocar um fim ao desconforto de dores intensas, é importante procurar um médico especializado em dor. Só ele tem experiência para obter o diagnóstico correto e oferecer um tratamento eficaz, proporcionando mais qualidade de vida ao paciente.

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